
Aos poucos, parece estar conseguindo. Com os resultados que já começam a aparecer no Engenho Central, Sarasá afirma que surgiu o interesse de turmas em Registro e São Luiz do Paraitinga. “Estamos mostrando, na prática, que dá para fazer assim, que é viável”, comenta Sarasá.
“É uma mudança política e cultural na maneira como edifícios históricos são tratados no Brasil.” Além de uma mudança de mentalidade nos gestores do patrimônio histórico, o curso tem papel de formação de jovens da região. “No projeto de Sertãozinho fizemos um processo seletivo, privilegiando quem tinha acabado de concluir – ou estava prestes a terminar – o ensino médio em escolas da região. São pessoas com risco de sair do colégio e não conseguir se encaixar em nada. O projeto dá uma mãozinha no início da carreira dessas pessoas”, esclarece o idealizador.
Uma vez instalado o memorial, muitos desses jovens podem ser aproveitados como monitores ou mesmo efetivados como zeladores do Engenho Central. “Eles terminam o curso com conhecimentos teóricos e práticos, aprendem a ‘conversar’ com o prédio, compreender sua história e as mudanças pelas quais uma estrutura centenária passa”, exemplifica o arquiteto Fabio Di Mauro.
Ferrovia histórica. Outro projeto de cunho histórico e cultural deve movimentar Sertãozinho e região. Uma associação voltada à memória ferroviária está empenhada no restauro de uma locomotiva antiga, vislumbrando que uma linha turística entre em circulação nos próximos anos.
Com o Museu Nacional do Açúcar e do Álcool em funcionamento, há a possibilidade de reviver o antigo ramal do coronel Francisco Schmidt – e visitantes poderiam chegar de trem até a Fazenda Vassoural para conhecer o memorial do antigo Engenho Central. A bordo da maria-fumaça, a poeira de terra vermelha vai ter gostinho especial para os nostálgicos. / E.V.