Museu entra na fase de obras pesadas

11-fev-2012

Toninho Sarasá

A primeira empresa de artes e restaurações da família Sarasá no Brasil foi fundada por Gerardo Sarasá.
A recuperação de inúmeros monumentos tombados foi planejada ou executada parcial ou integralmente pelo Estúdio Sarasá

Muito sutilmente, o Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” vai recebendo os adornos corretos e necessários para sua plena recuperação. Não é fácil. É trabalho que exige paciência e minuciosa pesquisa.

Como entende muito bem o que significa restaurar patrimônio histórico, o arquiteto Toninho Sarasá, proprietário da Estúdio Sarasá, até compreende a apreensão da população. Trabalho como esse requer tempo para reunir detalhes, pois tudo, independente do estado de conservação, é considerado valor histórico e nada pode se perder.

Por esse motivo, o primeiro passo foi a limpeza interna e o mapeamento de tudo que foi encontrado, pois peças, pedaços de madeira, ferro e todo tipo de material podem ter o seu valor histórico. A equipe do Estúdio Sarasá providenciou todo esse remanejamento e separou tudo que será avaliado para um possível aproveitamento.

Paralelo a isso, o arquiteto Toninho Sarasá realizou minucioso documento de medição de todos os procedimentos da obra. O relatório, já concluído, será entregue nos próximos dias à Caixa Econômica Federal, que é o agente financeiro dos quatro milhões destinados à obra.

“Agora podemos começar a obra mais específica. Acredito que dentro de uns 10 dias a movimentação será grande no museu, pois teremos condições de começar a parte mais pesada com o desmanche de paredes”, esclarece Sarasá.

As paredes frontais estão sendo mantidas em pé com estrutura metálica. “Essas paredes estão muito fragmentadas, fragilizadas, e o escoramento é a sustentação delas”, observa. Por este motivo, o trânsito nas proximidades continua fechado e vai permanecer por um bom tempo. A liberação para veículos neste momento ocasionará uma trepidação maior colocando em risco toda parte débil da construção e a segurança de pedestres e motoristas.

A obra do museu está dividida em duas etapas: a primeira, que deverá ser consolidada até dezembro de 2012 é a de restauro histórico. Tudo que for catalogado como de valor será recuperado, inclusive as paredes frontais que se encontram imobilizadas. A segunda parte, em 2013, entra na fase da construção de uma moderna estrutura interna.

A comunidade rio-clarense acompanha com grande interesse a recuperação do museu e isso é de fundamental importância. Um exemplo é a Faculdade Asser, localizada ao lado do prédio consumido pelo fogo. Os alunos do curso de arquitetura estão acompanhando todo o trabalho do Estúdio Sarasá. O arquiteto Toninho Sarasá também pretende promover visitas monitoradas da população de um modo geral.

DANOS CONSIDERÁVEIS

Os danos no museu foram consideráveis. O incêndio na madrugada de 21 de junho de 2010, às vésperas do aniversário de Rio Claro, chocou os munícipes e pôs fim a alguns trabalhos que já vinham sendo realizados para sua preservação. Em pouco tempo as chamas vorazes consumiram a beleza e uma parte da história da cidade.

Imediatamente a prefeitura se mobilizou, mas a coisa não era tão simples assim. Não era apenas tirar os entulhos e dar destino qualquer ao que havia sobrado. O Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” representava muito mais, um patrimônio da Cidade Azul, e exigia medidas mais rigorosas, pois seu valor é inestimável.

Todo patrimônio tombado tem suas implicações documentais. O município, inclusive, não detém tanto poder sobre o imóvel, pois os interesses históricos integram vários organismos e entidades que os defendem. Com o museu não seria diferente. O Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – se manifestou imediatamente. Foram várias reuniões, contatos, e busca de recursos, até que uma emenda do deputado federal Ricardo Berzoini (PT), por intermédio do vereador Sérgio Desiderá (PT), acabou sendo liberada permitindo que o projeto de restauro e reconstrução do museu pudesse ser acelerado.

Fonte: Canal Rio Claro

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