Reinauguração do Complexo Cultural Museu Anhanguera e Casarão Monsenhor
20-fev-2014O prefeito Elvis Cezar reinaugurou na noite do último dia, 20/02, o Complexo Cultural Museu Anhanguera e Casa da Cultura Monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo. Fechado para restauro, o conjunto arquitetônico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT).
Além da presença do prefeito acompanhado pela primeira-dama Selma Cezar, a cerimônia contou com a participação museólogo, Júlio Abe Wakahara; do Conservador, Restaurador Antonio Sarasá; da superintendente do IPHAN, Ana Beatriz Galvão; do diretor do SISEM-SP, Davidson Panis Kaseker e da secretária de Cultura e Turismo, Fátima Muro e demais secretários, coordenadores e diretores municipais.
Os imóveis – remanescentes do século XVII e XVII – além do restauro, passaram por uma reestruturação. Coordenado pelo Estúdio Sarasá Conservação e Restauro, os espaços foram integrados através da museografia e receberam toda a obra de infra-estrutura voltada à acessibilidade. O local passou a contar com rampas de acesso e elevador.
“Fizemos todo um levantamento dos imóveis. A partir daí conseguimos resgatar todo o conteúdo histórico utilizando elementos de prospecção e o resultado foi esse. Um museu feito com elementos novos, mas, sem perder sua arquitetura histórica”, explicou Sarasá.
No Museu Anhanguera, o visitante poderá conhecer a história de Santana de Parnaíba desde sua fundação, em 1580, até o Tratado de Madri, que definiu, em 1750, as fronteiras do Brasil, triplicando a área que pertencia à Coroa Portuguesa, determinada pelo Tratado de Tordesilhas em 1494. No acervo, peças como catre; pilão; banco; oratório; baú; armário e uma urna contendo as cinzas de Alexandre Gusmão, diplomata que teve um papel crucial nas negociações do Tratado de Madri.
“Trazer as cinzas para Parnaíba é algo como querer agradecer ao município a sua colaboração na história do Brasil, pois, foi através das informações fornecidas pelos bandeirantes que daqui saíram que Alexandre Dumas redesenhou mapa do Brasil. Então, nada mais justo que trazer suas cinzas para cá”, explicou Júlio Abe Wakahara, arquiteto e museólogo responsável pelo projeto de reestruturação do Complexo.
Já no Casarão Monsenhor, os visitantes poderão conferir as manifestações culturais parnaibanas: do carnaval às manifestações religiosas, bem como a importância do Samba de Bumbo, estudado pelo modernista Mário de Andrade, além objetos cotidiano da vila (roca, ralador de mandioca, tábua de lavar); colunas de madeira; ferragens; cabeções; muxarabi (ou muxarabiê), além de bumbo e obras do beneditino Agostinho de Jesus.
Para o prefeito Elvis Cezar, poder entregar para a população um imóvel de grande importância é muito gratificante. “Esse é um momento muito importante para mim, para nós cidadãos parnaibanos. Conseguimos restaurar dois imóveis de grande importância não só para os moradores, mas, para todos aqueles que vão visitá-lo. Eu tenho orgulho em fazer parte de uma cidade tão rica em história como Santana de Parnaíba”, concluiu.
Reedição de livro História de Santana de Parnaíba
Durante a cerimônia de reabertura do Complexo Cultural, os presentes puderam ter acesso ao livro “História de Santana de Parnaiba”, escrito em 1971, pelo Monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo. No livro, além das memórias, Paulo Florêncio – pároco na cidade em 1925 – registra o importante trabalho de pesquisa que realizou junto à bibliografia existente na época e à documentação acerca da cidade depositada na Curia Metropolitana e no Arquivo do Estado de São Paulo.