Painel de Vieira da Silva da Universidade Rural do Rio de Janeiro está sendo restaurado pelo Estúdio Sarasá

07-jan-2011

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Estúdio Sarasá restaura o Painel de Vieira da Silva

Uma das obras mais marcantes realizadas por Vieira da Silva no Brasil foi o painel encomendado por Heitor Grillo, secretário da agricultura de Getúlio Vargas e marido de Cecília Meireles (uma das grandes amigas de Vieira da Silva no país), para a então Escola Nacional de Agronomia, em vias de se tornar a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foi o único painel de azulejos criado pela artista em toda sua carreira.

O painel, cerca de 10 metros quadrados, é composto de 3 partes sendo a maior delas o painel da árvore onde aparecem as colhedoras.

Desde o início da mostra, o Estúdio Sarasá, conhecido ateliê de São Paulo, vem restaurando as peças do painel num trabalho que pode ser acompanhado por quem for ver Vieira da Silva no Mam. Em uma das paredes da mostra as peças restauradas, vindas do ateliê, são colocadas em um painel para que o público entenda as etapas do procedimento.

O trabalho do ateliê consiste em retirar, primeiramente, as placas de azulejos do refeitório onde se encontram, na Universidade Rural do Rio de Janeiro, trazer para São Paulo e iniciar os trabalhos de restauro. Antes ainda, todo o painel foi meticulosamente fotografado para que todos os pontos de decomposição e danos fossem registrados. Segundo Gilberto Camargo, um dos profissionais responsáveis pelo restauro, a umidade é o principal fator de deteriorizaçãoe o bolor resultado dessa umidade é o que mais danifica a pintura.

“No restauro da tinta, disse Sr. Gilberto, será feita pouca coisa, os maiores prejuízos estão nos azulejos. Temos material com o qual fazemos testes, material mais resistente, para não dar diferença”. Alguns azulejos estavam quebrados e estão sendo rejuntados. As placas estão sendo trazidas aos poucos do Rio de Janeiro. “São retiradas com muito cuidado para não quebrarem”, afirmou ainda. Não é a primeira vez, entretanto, que esse painel é restaurado. Já passou por pelo menos duas restaurações, acredita Sr. Gilberto. Entretanto, o restaurador afirma que os azulejos utilizados pela artista de marca Kablin, são muito resistentes não encontrando hoje no mercado, material que se iguale em qualidade.

Quando as peças são restauradas pelo estúdio elas são levadas para o MAM a fim de compor o grande painel desenhado na parede, tarefa que talvez não seja possível vermos finalizada, uma vez que a mostra termina em 4 de junho e ainda falta mais da metade do material original para ser restaurado.

Todas as partes restantes, segundo Sr. Gilberto, deverão ser trazidas para São Paulo. Depois de completado o trabalho de restauro, as placas de azulejo serão colocadas em chapas especiais antes de serem fixadas novamente na parede no refeitório da Universidade. Essas chapas, segundo Sr. Gilberto são importadas e evitarão a umidade, tão prejudicial à obra.

Fonte: coresprimaria.com.br

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