Histórias sobre a Ponte Torta

31-out-2014

Para a aposentada Maria Felisberto, a Ponte Torta era uma parte do caminho usado para levar o almoço desde o Anhangabaú, onde morava, até a Vila Arens, onde familiares trabalhavam na Fábrica São Bento. Para o casal Maria Tercília Espadone e Waldomiro José Imperato, era parte da vida cotidiana de quem residia na região do atual Vianelo. E ainda houve quem citou o uso dela para jogar bola no Industrial, para encontrar a garapa com abacaxi, inspirar uma marca de cachaça popular ou até para alimentar os peixes do rio Guapeva.

O primeiro dia de gravações de depoimentos para o projeto de Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta, que a Prefeitura de Jundiaí iniciou com o Estúdio Sarasá, contou com diversos moradores nesta sexta-feira (31), no térreo do Paço Municipal.

Depoimentos gravados no Paço Municipal: histórico Foto: Paulo Grégio

Depoimentos gravados no Paço Municipal: histórico
Foto: Paulo Grégio

Outros dias já estão marcados, sempre nas tardes de sexta-feira de novembro, para os dias 7 (Biblioteca), 14 (Solar), 21 (Ponte Torta) e 28 (Nove de Julho x Luiz Latorre), sendo as duas últimas datas com uma carreta móvel. Os trabalhos são abertos, mas um grupo de interessados vai acompanhar todas as ações como um “curso livre” de zeladoria até fevereiro.

De acordo com o secretário interino de Planejamento e Meio Ambiente, Décio Luiz Pinheiro Pradella, o início se mostra “muito promissor” e as intervenções na área da Ponte Torta devem acontecer dentro desse processo de envolvimento de moradores da cidade.

“Trabalhamos há muitos anos com restauração, mas percebemos que isso não funciona sem atribuição de valor por parte da comunidade”, afirma o coordenador Toninho Sarasá.

História
As ações usam o tijolo como símbolo das técnicas construtivas trazidas por imigrantes do século 19 e também como símbolo de que cada família representa uma peça nessa história. No dia 7, esse encontro vai abordar também o “ato de zelar” (de onde vem o nome zeladoria). Já no dia 14 é esperada uma vivência da chamada “paisagem cultural”, a partir do Centro. Sempre a partir das 14h.

Outros profissionais que também gravaram no primeiro dia de filmagens – que poderão ser usadas em futuros programas de educação patrimonial – foram o arquiteto Roberto Franco Bueno, o engenheiro químico Flávio Gramolelli Júnior e o colunista e produtor cultural Picoco Bárbaro, entre outros.

Na parte física, o projeto está detalhando um futuro mirante (ou belvedere) voltado para a Ponte Torta e com uma “máscara” sobre a imagem atual mostrando como era essa paisagem no passado. E, claro, a limpeza e higienização do monumento.

Fonte: www2.jundiai.sp.gov.br | José Arnaldo de Oliveira

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