Corsan inaugura restauro do Chateau D’Eau no próximo sábado

21-mar-2017

Estúdio Sarasá : restauro do Chateau D'Eau

A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) vai inaugurar, no próximo sábado (25), às 17h30, o restauro do Chateau D’Eau, importante monumento de Cachoeira do Sul. Os trabalhos de recuperação receberam investimento de R$ 1,1 milhão, com recursos próprios da Companhia.

Iniciada em abril de 2016, a restauração resgata as características do projeto original do Chateau D’Eau (em português, Castelo de Água). Além disso, valoriza um bem de interesse público, fortalecendo-o como ponto de referência para a comunidade local, e cumpre compromisso estabelecido em contrato de programa firmado entre a Companhia e o município de Cachoeira do Sul. Localizado na área central da cidade, o monumento forma, na praça Balthazar de Bem – juntamente com o prédio da Prefeitura Municipal e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição –, um rico conjunto arquitetônico, considerado o mais belo cartão-postal da cidade.

Durante o ato com as autoridades, será assinado o tombamento do Chateau D’Eau. Após a solenidade de inauguração do restauro, ocorrerá um concerto da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). Com entrada franca, a exibição será realizada às 19h30, naIgreja Matriz. Regida pelo maestro Evandro Matté, a exibição contará com o solista convidado Samuca do Acordeon e é a primeira da Série Interior 2017, patrocinada pela Corsan.

Relevância histórica e cultural

O Chateau D’Eau foi construído para levar a água por gravidade ao reservatório de distribuição localizado na rua Júlio de Castilhos e, ao mesmo tempo, regular a pressão da água nas zonas mais elevadas. Com o passar do tempo e o crescimento da cidade, esse objetivo não foi mais alcançado, mas a beleza e o simbolismo do local permaneceram ao longo dos anos. É esse patrimônio, de inestimável valor histórico, que a Corsan está devolvendo ao povo cachoeirense.

O monumento deixou de ser utilizado para o abastecimento de água no início da década de 1970, tendo em vista as obras de ampliação do sistema de abastecimento de água executadas pela Corsan. A partir de então, tornou-se um belo chafariz histórico, construído numa época de enorme valor artístico e cultural nas obras de saneamento. O local, então, passou a sofrer a ação do tempo, sendo necessário um trabalho técnico de recuperação condizente com a importância do monumento.

Para realizar tão detalhado processo de restauração, a Corsan contratou o restaurador Antônio Sarasá, proprietário do Estúdio Sarasá, empresa paulista especializada que já realizou recuperações em locais históricos importantes, como o Teatro Municipal de São Paulo, os vitrais da catedral de Brasília, o Museu Ipiranga,entre outras. A equipe responsável pelos trabalhos reconstruiu com argamassa especial as partes quebradas do monumento e realizou uma pintura na parte interior da edificação, na cor ocre (amarelo-escuro), original da época da inauguração. As obras também incluem nova iluminação, restauro do espelho d’água e paisagismo.

A recuperação do Chateau D’Eau não fica apenas na parte física. A empresa também busca o envolvimento da comunidade, parte decisiva para a preservação do local após a conclusão dos trabalhos. Foram realizadas diversas oficinas de educação patrimonial com participação expressiva da comunidade, mostrando detalhes do monumento e sua simbologia.

O Chateau D’Eau é um torreão vazado, em estilo neoclássico, com colunas dóricas no térreo, jônicas no primeiro andar e coríntias no último lance. Em seu topo está a representação de Netuno e, ao redor do torreão, oito figuras de ninfas semi-inclinadas carregando cântaros de onde jorra um filete de água para o interior de um espelho d’água recortado em compartimentos pelas alamedas que conduzem às escadarias. Cercado inicialmente por doze palmeiras imperiais, o monumento compõe um paisagismo de matizes clássicas,  como aqueles desenvolvidos em escala mais ampla no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, e em São Paulo, no Parque da Independência.

De acordo com historiadores, ao se projetar o reservatório de água na forma de um monumento artístico, estava se seguindo aquilo que havia de mais moderno em termos de urbanismo no início do século 20, e que agora ressurgirá com todas as características daquele momento por meio do compromisso assumido pela Corsan. Após a inauguração oficial, a manutenção do Chateau D’Eau ficará sob responsabilidade da Prefeitura.

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