Condephaat autoriza Botucatu a captar verba para reformar estação
17-maio-2012
Estúdio Sarasá – restauração da estação ferroviária – Butucatú – São Paulo
O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) autorizou o município de Botucatu (100 quilômetros de Bauru) a captar R$ 600 mil pelo Programa de Ação Cultural (Proac) para a restauração da estação ferroviária.
Os recursos serão obtidos por meio de patrocínios de contribuintes habilitados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O projeto foi apresentado pela empresa Producom e recebeu aprovação prévia da Secretaria de Estado da Cultura. A proposta, nesta primeira etapa, é viabilizar a recuperação completa do telhado (madeiramento, telhas, calhas, etc.) e da fachada da antiga estação, além da higienização do imóvel, informa a assessoria de imprensa da prefeitura de Botucatu. A empresa contratada para executar a obra é a Estúdio Sarasá, especializada em restauração.
Em 23 de fevereiro deste ano, uma composição de trem com oito vagões atingiu dois pilares da estação ferroviária. Os vagões estavam carregados com trilhos e dormentes que seriam usados para o reparo da ferrovia. O trem vinha Bauru e seguia rumo a Mairinque.
Alguns pedaços de ferro cortados foram colocados nas laterais dos vagões como proteção, mas não suportaram o peso e ficaram pendurados. Ao chegar à estação, os pedaços colidiram com os pilares, um deles foi arrancado e o outro entortou. Ninguém se feriu, mas danificou o telhado.
A empresa contratada para fazer a restauração do imóvel foi responsável pelo restauro do Mosteiro da Luz, do Teatro Municipal de São Paulo e trabalha na Cripta do Imperador no Museu do Ipiranga.
Segundo o secretário municipal de Descentralização e Participação Comunitária, João Carlos Figueiroa, a Prefeitura já está tomando as medidas necessárias para colocar a estação em condições de abrigar os trabalhadores que atuarão no local. Esse serviço preliminar inclui limpeza das instalações, instalação elétrica, disponibilidade de água e cercamento da área com alambrado.
Nessa fase inicial os serviços serão concentrados na recuperação do telhado a fim de preservar o imóvel da ação das chuvas. A expectativa é que as obras sejam executadas no prazo de 60 dias.
A título de contrapartida, a Prefeitura investirá R$ 100 mil no trabalho de educação patrimonial. O projeto já está formatado e inclui, entre outras ações, uma exposição permanente na antiga plataforma da estação, retratando aspectos importantes da história da ferrovia em Botucatu. “A proposta é lançar mão de uma série de recursos que possam conscientizar as pessoas sobre a importância da recuperação e preservação não só da estação mas de todo o imenso patrimônio ferroviário. Vamos envolver principalmente nossos estudantes”, informa Figueiroa.
A estação de Botucatu foi aberta em 1889 como ponta de linha, mas o prédio que vai passar por restauração é o terceiro construído em 1934. A estação ficou abandonada depois da supressão dos trens de passageiros, em 16 janeiro de 1999, após a privatização da antiga Ferrovias Paulistas S/A (Fepasa). Durante o período que ficou fechado o prédio passou a ser depredado e moradia de sem-tetos. Em maio de 2001 a prefeitura assumiu as instalações, mas há dois anos conseguiu ficar com a guarda do imóvel.
