Restauração do Château d’Eau – Cachoeira do Sul – Rio Grande do Sul – Brasil

14-fev-2017

O enfoque para um projeto de restauração sempre passa pelo entendimento do seu contexto – a cidade. Considera-se o ato de restauração a possibilidade de valorizar um bem de interesse público para a comunidade local, fortalecendo-o como ponto de referência. A cidade é o palco onde tudo acontece, sendo a materialidade concebida, erguida, imaginada e sonhada pelo homem. Ao restaurar um bem edificado não apenas está se recuperando sua materialidade, mas reforçando sentimentos e laços afetivos da comunidade com a sua identidade.

O Château d’Eau representa as grandes intervenções saneadoras promovidas nas cidades gaúchas no início do século passado, sendo um dos exemplares vinculados a este período de maior valor artístico e cultural. Ainda, integra sítio de enorme relevância histórica, bem como paisagística, compondo uma das paisagens urbanas mais marcantes no Estado do Rio Grande do Sul.

Desta forma, o projeto de restauração do Château d’Eau leva em consideração a sua ampla relevância para a cidade e para todo o Estado, buscando valorizar as materialidades e todas as suas características originais.

Projeto cultural: Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico

Levantamento arquitetônico e cadastral: Arq. Maria Lúcia Vianna Baptista Borges – CAU A-2858-4/PR

Projeto de restauração: Arq. Enilda Maria Miceli da Silva – CAU A-29341-5/RS

Obra de Restauração: Estúdio Sarasá Conservação e Restauro S/S Ltda – CAU/BR 7574-4

Educação Patrimonial: Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico

Patrocínio exclusivo: CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento

estudio sarasa-patriminio historico

História (resumo)

O Château d’Eau foi inaugurado em 1925, no governo do Dr. João Neves da Fontoura, no centro da praça Balthazar de Bem, que juntamente com a Prefeitura Municipal e a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição formam um belíssimo conjunto arquitetônico, o mais belo cartão-postal da cidade.

Trata-se de um torreão vazado, em estilo neoclássico, com colunas dóricas no térreo, jônicas no primeiro andar e coríntias no último lance.

Em seu topo está a representação de Netuno, ao redor do torreão, seis figuras de ninfas semi-inclinadas carregando cântaros de onde jorram um filete de água para o interior de um espelho d’água recortado em compartimentos pelas alamedas que conduzem às escadarias.

Cercado inicialmente por 12 (doze) palmeiras imperiais, o Château d’Eau compõe um paisagismo de matizes classicizantes como aqueles desenvolvidos em escala mais ampla, pelos discípulos de Grandjean de Montigni no Rio de Janeiro – Palácio Itamaraty – e em São Paulo – Parque da Independência.

Para os ideólogos da intendência de Cachoeira do Sul, no Château d’Eau, ao se projetar uma caixa d’água na forma de um monumento artístico estava se seguindo “aquilo que havia de mais moderno em doutrina de urbanismo (D. Notícias, 15/05/1927, p. 16).

As figuras que compõem o Château d’Eau são atribuídas a Giuseppe Gaudenzi e Alfred Adloff. Provavelmente o primeiro concebeu o monumento e o segundo executou as obras.

O Château d’Eau tinha a finalidade de levar a água por gravidade ao reservatório de distribuição à Rua Júlio de Castilhos e regular ao mesmo tempo, a pressão da água nas zonas mais elevadas.

O monumento, ao longo de sua existência, sofreu diversos serviços de manutenção e pequenas adaptações que no entanto não comprometeram sua integridade. Foi tombado pelo município de Cachoeira do Sul em 17 de agosto de 2012, por meio do Decreto Municipal nº 190. Atualmente, encontra-se aberto processo de tombamento estadual do Château d’Eau no IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul.

 

Fonte: defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico
  • Voltar
  • Compartilhar
  • Topo